Pensamento

Foco: PENSAMENTO

 Acção: processo de separar, ordenar e classificar pensamentos, pensar de uma maneira lógica, apresentar os pensamentos através do discurso; associado à orientação para objectivos; uso de formação de conceitos e mudança dos esquemas mentais. (Browser CIPE, versão 2011 https://www.ordemenfermeiros.pt/browserCIPE/BrowserCIPE.aspx)

Atividades diagnósticas:

·                     Avaliar frequência, duração e tipo de alteração de pensamento

·                     Vigiar pensamento

·                     Supervisionar pensamento

Dados relevantes:

Perceções anormais: perceção aumentada; perceção embotada ; desrealização; despersonalização; ilusão; e, alucinação.

 

Alterações no discurso: logorreia; verbigeração; mutismo; mussitação; ecolalia; neologismos; circunstanciada; cropolálica; tangencial; e, verborreica.

 

Alteração do pensamento:

·         Quanto à forma:

- Fuga de ideias

- Desagregação

- Dissociação

- Descarrilhamento

- Afrouxamento de associações

·         Quanto ao curso:

- Bradipsiquismo

- Taquipsiquismo

- Bloqueio

·         Quanto ao conteúdo

- Obsessão

- Fobias

- Delírio

Diagnóstico: PENSAMENTO ALTERADO POR ….

Objetivo:

Detetar alterações do processo de pensamento da pessoa.

Diminuir os episódios de alteração do pensamento da pessoa.

Minimizar os efeitos do delírio na pessoa.

Promover o comportamento adequado da pessoa.

Intervenções:

·         Gerir comunicação

–        Demonstrar interesse;

–        Dar espaço ao doente para comunicar o que entender;

–        Gerir silêncio;

–        Estabelecer contacto visual;

–        Evitar confrontar o doente;

–        Utilizar tom de voz adequado;

–        Utilizar postura adequada;

–        Usar afirmações simples, diretas;

–        Clarificar as mensagens através de feedback na comunicação;

–        Gerir curso da comunicação de acordo com a alteração do pensamento do doente;

–        Evitar barreiras à comunicação.

·      Planear/Oferecer escuta ativa

–        Manifestar interesse pelo doente;

–        Encorajar a expressão de sentimentos;

–        Focalizar-se na interação suprimindo preconceitos, influências, suposições, tendências, preocupações pessoais e distrações;

–        Valorizar as emoções;

–        Dar atenção e conhecer as suas próprias mensagens não verbais ( ex. posição física)

–        Estar atento não só às mensagens e sentimentos não expressos, como ao conteúdo da comunicação;

–        Estar atento às palavras evitadas, assim como as mensagens não verbais que acompanham as expressões verbais;

–        Estar atento ao tom, ritmo e volume de voz;

–        Identificar os temas predominantes do discurso;

–        Determinar o significado da mensagem que reflete as atitudes, experiências passadas e situação atual;

–        Responder de forma a demonstrar compreensão e receção da mensagem ao longo da interação;

–        Clarificar as mensagens através de feedback na comunicação;

–        Evitar barreiras à comunicação;

–        Gerir o silêncio.

·      Gerir ambiente

–        Proporcionar ambiente calmo, sem muita estimulação sensorial;

–        Restringir acesso a objetos perigosos;

–        Promover ambiente seguro de acordo com o contexto;

–        Providenciar privacidade quando necessário.

·      Gerir medicação em SOS

·      Executar psicoterapia

–                   Escolher psicoterapia de acordo com as necessidades do doente;

–                   Advogar a execução ao profissional mais habilitado para o efeito.

·      Disponibilizar presença;

–        Gerir silêncio;

–        Demonstrar atitude de aceitação;

–        Ouvir as preocupações do doente;

–        Estar fisicamente disponível para ajudar;

–        Proporcionar distância para o doente e família consoante necessário;

–        Mostrar disponibilidade, sem favorecer a aquisição de comportamentos de dependência;

–        Proporcionar segurança otimista, mas simultaneamente realista;

–        Verbalizar comunicação empática ou compreensão das experiências do doente.

·      Atenuar alteração de pensamento

–        Transmitir calma, tranquilidade e não argumentar o comportamento do doente;

–        Aproximar-se do doente com tranquilidade;

–        Reduzir estímulos provocatórios, críticas negativas e confrontações;

–        Não utilizar convicções erróneas do doente de maneira a direcionar o seu comportamento;

–        Evitar comentários que possam ser mal interpretados;

–        Potenciar alteração do pensamento;

–        Orientar para a crítica;

–        Evitar hiperestimulação sensorial;

–        Evitar estimular pensamentos abstratos;

–        Identificar fatores etiológicos causadores da alteração do pensamento;

–        Verbalizar o reconhecimento dos medos e dos sentimentos do paciente;

–        Promover expectativas otimistas mas realistas;

–        Usar as indicações do ambiente para estimular a memória, orientar e promover comportamentos adequados.

·      Motivar a participação em atividades psicoterapêuticas

·      Instruir doente/ cuidador sobre alteração do pensamento

–        Informar sobre os fatores etiológicos da alteração;

–        Orientar e informar sobre a importância da terapêutica na redução ou eliminação dos fatores precipitantes ou predisponentes da alteração de pensamento;

–        Informar sobre importância de adesão ao regime terapêutico;

–        Orientar a família para lidar com as perceções pessoais de forma calma e tranquilizadora e não de forma a gerar confusão;

–        Instruir a família sobre necessidade de supervisão do doente;

–        Sensibilizar sobre a importância de usar pistas ambientais para estimular a memória, orientar e promover conduta adequada.

–        Orientar sobre o tipo de comunicação a ter com o doente;

·                     Informar família sobre instituições/serviços de apoio

Resultados esperados:

Que a pessoa não apresente alteração de pensamento